segunda-feira, 16 de abril de 2007

Crónica do Festival Taurino Em Albufeira

Acordei no sábado cheio de vontade de abrir a época no que diz respeito a um vício antigo, isto é, vou ver a 1ª corrida do ano e logo do grupo, Perfeito.
Pus-me a caminho de albufeira, o tempo esse não quis compartilhar o meu excitamento estava escuro e fechado, mas algarve é algarve há de estar sol. Atrasado como sempre cheguei e as cortesias já tinham ocorrido, liguei ao João Braga para me dar o prometido bilhete e em vez do Braga apareceu-me alguém pouco maior em altura ( Grande Feijoca), não com um bilhete mas com uma trincheira, esta agora, eu nunca fui para uma trincheira sem ser quando me fardava, vamos experimentar... Ao entrar aquela sensação de que aquela praça me diz muito, sim é verdade a praça de albufeira diz-me muito, foi ali que me fiz forcado, quando o grupo tinha uma serie de rapaziada nova e precisava de a rodar, ali ia-mos vezes sem conta, fazer forcados, torná-los mais experientes. Ganhei grandes amigos naquela praça, essas corridas sempre uniram muito a rapaziada, pois normalmente os mais velhos não se fardavam e tinha-mos que andar para a frente. Lembro-me de dois episódios difíceis que ali passei, o primeiro com o Filipe Salgueiro, que com ele fiquei na enfermaria a agarrar uma bandarilha espetada no seu peito durante dez minutos até que viesse o médico, com o Pipas ao meu lado com uma bandarilha espetada nas nádegas.... ( Imaginem) O outro episódio foi quando ali dormi uma valente sesta, depois de uma alegre conversa com um asti fino das sesmarias....

Voltando à corrida, ao olhar em redor uma série de novas promessas de forcados, gente nova fardada, sinal que muita gente se identifica com o grupo (Temos futuro). Da corrida pouco a acrescentar, os novilhos saíram como sempre voluntariosos e os cavaleiros fizeram pela vida, isto é , rodaram novas montadas, nunca desfazendo o espectáculo, de realçar a lide de João Salgueiro. Quanto aos matadores tiveram bem, realça-se um ou outro passe tanto do Gallan como do Gonçalves ( refira-se que este matador levou 3 capotes para Albufeira, podia ter oferecido um deles a um aspirante a matador que entrou no concurso do Campo Pequeno... )
Quanto aos nossos, para abrir a Época o forcado escolhido foi o Francisco Montoya, que esteve lindamente à 1ª Tentativa, refira-se que nem sempre é fácil abrir a época, pois necessita-se de alguma experiência e o Francisco tem-na demostrado, parabéns. Ao 2º o forcado foi Martim Xavier( Forcado Calendário), bem a 2ª tentativa com o grupo distraído a ajudar, mas com o tempo tudo vai ao lugar , é preciso calma e toiros. Ao 3º da tarde Moscatel Júnior, para quem se fardou com o Pai algumas vezes é sempre engraçado ver o filho seguir-lhe as pisadas, bem á 1ª tentativa. Ao último da tarde o Luís que esteve bem à 1ª tentativa, uma palavra de apreço ao Luís porque vai ser Pai lá para o final do ano ( que seja Rapaz).
Assim que acabou a corrida segui para o restaurante juntamente com o Pai Vinagre ( Turtle), o João Braga e o António Vinagre, pois a restante rapaziada seguiu para o hotel da mangueira para o merecido duche. Aproveitamos para por a conversa em dia, e também para recordar todo o significado que aquele restaurante tem para alguns de nós, desde kisses a norueguesas a jarros de cerveja, pouco falta ali acontecer, e rimos com essas recordações , obviamente sempre regadas com umas imperiais e gins tónicos ( Acredito que o Malta Vacas se ler esta crónica vai perguntar-se porque é que eu não fui). Aproveito para homenagear a D. Emília , que nessas noites é sempre mais que uma Mãe para nós, porque só uma Mãe atura o que ela aturou ( Quem não se lembra do Tiago Ribeiro “Conhé” a dizer é melhor ir-se embora senão acontece-lhe o mesmo que as norueguesas ).

Como manda a tradição, o nosso Cabo trocou o jantar por uma ida para o 10º andar do hotel Montechoro, para um espectáculo de sevilhanas , dizem as más Línguas que ficou com cartel, tendo sido requisitado para dançar com praticamente todas as senhoras ali presentes, parece que já estou a ver a Rita e o Tiago no tentadero de Vale Formoso a dançar com o Crespo como público, o Crespo e a sua montada ( Grade de minis sagres) que o acompanha à já quase 50 anos, as bodas de Ouro são em agosto. Voltando ao jantar era necessário alguém para nos capitanear, como sempre essa função recaiu sobre o mais velho de todos, Victor Crespo ( Homenageia-se o cabo pelo exemplo que deu no que diz respeito a bom comportamento dos elementos do grupo como também, como foi o caso quando teve que saltar à arena para dobrar o Justinho e o Tó Dias, com primeiras de Moscatel Júnior).
Durante o jantar os normais brindes de quem ansiava por uma corrida, mas como o jantar era de alegria e boa disposição, uma dupla inédita de forcados quis nos conceder um espectáculo único, a dupla formada pelo fava e chinês, conseguiram esvaziar e encher um jarro de cerveja em apenas 1.09 segundos, é obra. Nota-se que esta dupla foi formada para competir contra o Justinho( Melhor cliente da CHICO) e Tó Dias ( O rapaz que foi do... na tv/norte). O extâse foi de tal forma que o Pai Vinagre, Espalha e outros tiveram que sair para serem assistidos, foi tal a emoção.... Perante tal acontecimentos o cabo saltou à praça, diga-se restaurante, bateu as palmas e desafiou 2 Príncipes de Cascais para um duelo, e ainda os Príncipes de Cascais se penteavam já o Cabo com 1ª de Moscatel pegava tamanho jarro, um exemplo dentro e fora de praça, bem haja Victor “ Prestes” Crespo.
Os discursos foram engraçados, falaram os mais novos em agradecimento pela 1ª fardação, e os restantes referiram as ganas que têm em que a época seja boa e que os triunfos apareçam fim de semana após fim de semana.
No final do jantar e depois do Hino Nacional, posto por um chinês, veio um espectáculo de fandango protagonizado pelo Peixinho e pelo Marco, com ajudas do cavaleiro de vale cavalos. A hora já ia alta quando o nosso Cabo Tiago foi recebido pela multidão de forcados, que o brindaram com uma efusiva festa de boas vindas, ao qual correspondeu dando flores e balões e com um discurso na rua pois as instalações do restaurante eram curtas para tal emoção.
Cheguei a casa já tarde, mas contente por ver um grupo novamente em ascenção com as mesmas ilusões de triunfar tal como eu as tive a uns anos, mas cientes que o caminho é longo e difícil mas sempre com o lema “ IMPOSSÍVEL É NADA”

Abraço
João Dias Costa
“gt”

3 comentários:

Anónimo disse...

GT, obrigado pelo texto com que nos presenteaste! Muito bem pormenorizado, texto típico dos velhos saudosistas, forcado antigo! Obrigado tio GT, que mais haja como tu a acompanhar-nos a nós jovens aspirantes a forcados, para que com a sau sapiência nos façam verdadeiras e efectivas certezas na arte de bater as palmas a um toiro! Um Abraço Joao Braga

Anónimo disse...

JÁ TE CONHECI MAIS MODESTO Ó GT

Anónimo disse...

Mas isto não foi censurado porquê???